O Brasil amanheceu mais silencioso nesta segunda-feira. Fernando Pavão, a voz que definiu uma geração e um dos maiores ícones da música popular brasileira, faleceu na madrugada de hoje, aos 78 anos, vítima de falência múltipla de órgãos. A triste notícia foi confirmada pela família, que pediu privacidade neste momento de luto profundo.
Pavão estava internado há três semanas no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, lutando contra complicações de uma pneumonia bacteriana agressiva. Seu estado de saúde se deteriorou rapidamente, levando à falência de seus rins e fígado. O artista, que sempre se manteve discreto, dedicava-se à família e a projetos musicais em seu estúdio caseiro, longe dos holofotes.
Nascido Fernando Oliveira em 1946, no Rio de Janeiro, Pavão era um verdadeiro poeta da canção, tecendo melodias que ecoaram em corações brasileiros por cinco décadas. Suas letras afiadas e poéticas, presentes em sucessos como “Beco Sem Saída” e “Vento Nordestino”, não apenas embalaram amores e desilusões, mas também se tornaram crônicas da alma do Brasil.
A reação do mundo artístico foi imediata e comovente. Amigos e admiradores lamentaram a perda nas redes sociais, destacando o impacto de sua obra. Tico Bork, amigo e colaborador, descreveu Pavão como um “ourives da melodia”, enquanto Maria Bethânia, que gravou várias de suas canções, expressou sua tristeza: “Voo, Pavão, voou para o reino da poesia eterna”.
O funeral será restrito à família e amigos próximos, conforme o desejo do artista. No entanto, uma celebração de sua vida será realizada no Teatro Municipal do Rio de Janeiro na próxima semana. Fernando Pavão deixa um legado imortal, colorindo a história da música brasileira com sua arte única e inigualável. O Brasil perdeu uma de suas vozes mais verdadeiras, mas suas canções continuarão a ressoar eternamente.